Boas vindas!

Caro leitor, eramos apenas algumas amigas que isoladamente trocavam livros entre si. Até que um dia, a Bia leu o livro"A sociedade literária da casca de batata" e me presenteou com ele (junto com um recadinho) - e nós (Valkiria, Bia, Eliane, Angela, Arlete, Renata, Sabryna, Camila, Raíssa, Diu, Rosângela) inspiradas na idéia resolvemos formalizar nossas trocas, não no sentido chato, mas em possibilitar encontros onde iríamos discutir cada um dos livros em sua essência. Além disso, oportunizaria nossos encontros para colocarmos a conversa em dia, o que acaba rendendo muitas risadas, por isso o nome. Além disso, nos tornamos conhecedoras das cafeterias da cidade e com certeza tambem ótimas críticas literárias e gourmet. Um grande beijo para vc que nos acessou, vamos tentar sempre deixar esse espaço atualizado.Valkiria

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Imagens aéreas revelam como SP mudou em 50 anos

Fotografia aérea de São Paulo em 1958 e nos dias atuais"Em 1958, a cidade ainda estava praticamente vazia. O que se nota, principalmente na região da represa de Guarapiranga, é que um eixo indutor do crescimento para aquela área pode ter sido o loteamento que ficou conhecido como Interlagos. Apesar de ser um loteamento no estilo bairro-jardim, a região não tinha acesso fácil, e se oferecia até um veículo pra quem comprasse lote na área", afirma Denise Antonucci, professora do Mackenzie.

A área ficou congelada até meados dos anos 1970, quando entraram em vigor leis de proteção aos mananciais no Estado e no país. "A lei de proteção dos mananciais desvalorizou as terras, porque era difícil aprovar os projetos, exigia pouca ocupação dos terrenos, e ficou fácil para a camada mais pobre da sociedade invadir. Agora nós temos uma situação dificílima e de quase impossível reversão", afirma a urbanista Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo. "E sempre há uma discussão sobre como retirar a população que está ali hoje, mas nunca se discute o que é mais caro: fazer esse realojamento da população ou o tratamento da água [poluída], que é cada vez mais caro", diz Antonucci.

Outra região que teve uma ocupação caótica foi o Jaguaré, à beira do rio Pinheiros, na zona oeste. Em 1958 a área estava vazia, mas foi dando lugar a casas e a uma favela com mais de 130 mil moradores, incrustada "em um morro tão complicado quanto qualquer outro que a gente vê hoje em dia", segundo Antonucci. Na avaliação de Lacreta, "a favela foi construída justamente em uma colina, que foi a área que sobrou na região, pois não servia para utilização tanto da indústria, que exige terrenos muitos grandes e planos, tanto do entreposto da cidade, que é o Ceagesp, que já está saturado e que provavelmente, daqui a uns anos, será obrigatoriamente transferido para outro lugar". Para o urbanista Cândido Malta, ex-secretário municipal de planejamento, as imagens áreas não devem ser consideradas isoladamente. "Dizer que o Jaguaré estava vazio, e agora está preenchido, é dizer muito pouco. Como planejador urbano, analiso várias questões, como, por exemplo, os vazios urbanos --as áreas não utilizadas quer servem à especulação imobiliária. Outra coisa que as fotos não mostram são problemas como enchentes e congestionamentos. Dependendo do dia e da época em que foram tiradas, são coisas que não aparecem."

Veja a Evolução da Represa de Guarapiranga

Veja a Evolução de Vila Formosa

Planejamento

Mas nem todas as áreas da periferia de 1958 foram ocupadas de maneira completamente desordenada. "No caso da Vila Formosa [zona leste de SP], já vemos bairros planejados, com arruamentos diferenciados. É interessante olhar as fotos, porque, em 1958, já havia aquele desenho definido, e nos dias de hoje vemos que foi densamente ocupado. Me parece que foi uma área melhor resolvida do que as outras duas", diz Antonucci. Para Lacreta, a cidade foi crescendo acompanhando os grande corredores viários, principalmente após a lei de zoneamento de 1972. "Ela criou uma colcha de retalhos, dizendo se podia construir mais ou menos. Só que ela não determinou como essas construções iriam se dar, nem onde. Quem tinha terra na periferia começou a lotear, e as companhia de ônibus começaram a levar ônibus pra lá e o poder público tinha que sair correndo pra dotar de infraestrutura", afirma. "Esse é outro dado que a foto não vai revelar: o esvaziamento do centro. Porque ele aparece cheio, mas é cheio de prédio sem gente dentro. Mas porque nesses 50 anos ele esvaziou? A explicação são os congestionamentos de trânsito. Eu e todos os meus amigos e parentes, nós saímos do centro, onde tínhamos nossos escritórios, para poder fugir dos congestionamentos. E agora estamos no lugar mais congestionado da cidade, que é o centro expandido", diz Malta.

Antonucci diz que é otimista, "de certa forma", pois nota que "já se percebeu que não adianta mais ir para a periferia". "Há investimentos em áreas que estavam há muito tempo congeladas e agora retomaram interesse", diz, citando as regiões da Água Branca, na Barra Funda, e da Mooca, na zona leste.

Referências

A empresa Multispectral, especializada na produção de mapas digitais, usou as imagens aéreas de 1958 e montou uma ferramenta de busca na internet. Assim como no Google Maps, o usuário paulistano pode procurar a região da sua casa ou trabalho pelo endereço. É surpreendente notar que referências hoje absolutas, como a avenida 23 de Maio ou o Masp (Museu de São Paulo), na avenida Paulista, sequer existiam. "Ver as transformações da maior cidade do Brasil ao longo de 53 anos é uma experiência incrível para qualquer pessoa que conheça a cidade. É possível redescobrir cada um dos seus locais favoritos", diz Wagner Pacífico, diretor da Multispectral.

Esta notícia foi publicada em 25/01/2011 do sítio Folha OnLine. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.

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