Boas vindas!

Caro leitor, eramos apenas algumas amigas que isoladamente trocavam livros entre si. Até que um dia, a Bia leu o livro"A sociedade literária da casca de batata" e me presenteou com ele (junto com um recadinho) - e nós (Valkiria, Bia, Eliane, Angela, Arlete, Renata, Sabryna, Camila, Raíssa, Diu, Rosângela) inspiradas na idéia resolvemos formalizar nossas trocas, não no sentido chato, mas em possibilitar encontros onde iríamos discutir cada um dos livros em sua essência. Além disso, oportunizaria nossos encontros para colocarmos a conversa em dia, o que acaba rendendo muitas risadas, por isso o nome. Além disso, nos tornamos conhecedoras das cafeterias da cidade e com certeza tambem ótimas críticas literárias e gourmet. Um grande beijo para vc que nos acessou, vamos tentar sempre deixar esse espaço atualizado.Valkiria

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A História da Mamãe Noel -rsrsrsrsrsrsrrsrsrrsrs

A história da Mamãe Noel - texto de Martha Medeiros

contos sobre o natal história da mamãe Noel
Sabe por que Papai Noel não existe?
Porque é homem.
Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa dafamília, ele que nem compra as próprias meias?
Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor?
Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho?
Que andaria num trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e air-bag?
Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas?
Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe. Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem merecia ser sócia-majoritária da Superfestas?
Não é o bom velhinho.
Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais, arranjos e flores vermelhas pela casa?
Quem monta a árvore de Natal, harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes?
E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?
Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis.
Quem enche a geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe?
Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?
Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista?
Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel?
Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas.
Anda muito requisitado como garoto-propaganda.
Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado? Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COMPROMETIDA - Liz Gilbert

Esse livro é simplesmnete explêndido! Melhor ainda que o primeiro (Comer, Rezar e Amar)...a autora faz um resgate sobre o significado do casamento em outras culturas...recorda fatos relacionados a vida de sua avó, mãe e irmã que delineam a vida conjugal de muitas de nós. Dá a impressão que a autora está no meio do quarto ouvindo a discussão entre os casais ou sabe dos segredos escondidos nos recônditos impossíveis de nosso coração e mente. Vale à pena ler...e, principalmente desfrutar da leitura junto com o parceiro.

Valkiria

CELEBRE O TEMPO

Boletim Semanal


"CELEBRE O TEMPO!"



05/12/2010

Pr Jônatas Liasch (Natinha)

Chega esta época do ano e não sei sinceramente o que comemorar: se o fim de um ano com lutas e vitórias ou o início de outro com vitórias e lutas. Todo fim de período a gente sente uma mistura de euforia e conforto. Talvez por que a gente não saiba direito o significado do tempo. Para a maioria das pessoas o tempo é algo simbólico, não palpável, sem graça. Para estas, ele é uma desgraça, dizem: “Puxa, não vejo a hora de isso tudo acabar!” Ou “ah, amanhã é segunda-feira, Deus me ajude!” Ou ainda, o famoso: “Até quando vou passar por isso?”



O tempo é inexorável, é seco e direto, real e sensível. Não há como fugir dele. Não podemos dominá-lo. A gente ganha uma agenda nova e acredita que, com ela, se possa controlar o tempo. Tolice! Não há, de maneira alguma, o jeito certo de ajuizar o tempo. Salomão disse que “o que é já foi; e o que há de ser, também já foi”. Tenho a impressão que o rei de Jerusalém gastou um bom tempo pensando sobre o mesmo. Chegou à conclusão de que tentar moderar o tempo é bobagem. Porém, também concluiu que implacavelmente “Deus pede conta do que passou”.



Tudo bem. Eu também uso uma agenda. Mas não ouso tentar administrar o meu tempo. O que administro são meus compromissos e restponsabilidades. Quanto ao tempo eu o uso. É um presente de Deus para mim. Cada segundo, minuto, hora, dia, mês e ano da minha vida é precioso de mais para ser examinado ou dominado. O tempo é uma pedra bruta a ser lapidada pelas atitudes espontâneas e responsáveis que tomo. Por isso não perco tempo. Por isso gasto o tempo. Gasto com ações especiais pra mim e para as pessoas que julgo importantes em minha vida.



O que tenho é sempre a oportunidade de continuar agindo. O ato continuo não respeita eras ou tempos. Sêneca concorda dizendo que “quer o futuro quer o passado nos podem proporcionar satisfação, o primeiro pela expectativa, o segundo pela recordação”. Celebre o tempo, não digo somente o presente, pois assim desrespeitaria a esperança do futuro e o aprendizado do passado. Sim, celebre o tempo, o tempo todo, durante todo o tempo. Fim de ano ou início de ano, não importa. Importa que o tempo não pare nem termine.



Feliz tempo para todos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"O Tempo entre costuras" - Maria Dueñas - por Juliana Raíze

"... Em junho de 2009, o romance "O Tempo Entre Costuras", estreia da então desconhecida professora de filologia María Dueñas, chegou quase despercebido às livrarias espanholas. Com modestas três mil cópias distribuídas pelo selo Temas de Hoy, não recebeu nenhuma atenção dos veículos culturais daquele país - uma história comum no mercado editorial, não fosse seu desenrolar.

No boca a boca, elogiado em blogs, o livro logo teve as primeiras tiragens esgotadas. A grande imprensa identificou o fenômeno, e a Planeta, dona do selo Temas de Hoy, abraçou a causa. Hoje, na 25ª edição e com 550 mil cópias vendidas, a obra está com direitos comprados em 20 países, sendo 12 de outros idiomas.

A primeira tradução sai nesta semana, no Brasil. Em visita ao País, a autora participará de debate com a historiadora Mary Del Priore, mediado pela editora executiva do jornal "O Estado de S. Paulo", Laura Greenhalgh.

A narrativa de "O Tempo Entre Costuras" se passa no antigo protetorado espanhol no Marrocos, onde, em meio à Guerra Civil Espanhola, a jovem costureira madrilenha Sira Quiroga convive com personagens reais num cenário em que as aparências dizem pouco sobre o que de fato acontece.

Em entrevista, Dueñas disse acreditar que parte do sucesso se deve ao fato de ter recuperado um momento histórico pouco lembrado na ficção. "Como minha mãe cresceu no protetorado, eu tinha muita informação em primeira mão, e encontrei personagens esquecidos ao investigar ".

"O Tempo Entre Costuras" destronou nomes como Stephenie Meyer, Stieg Larsson e Arturo Pérez-Reverte nos primeiros lugares de vendas de livros na Espanha.
..".

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Diga me quem sou - Autora Júlia Navarro - resenha direto da Espanha/por Neusa

Nestas ferias li varios livros maravilhosos que me gustaria compartir com todas .
De momento lhes comento dois , um pelo peso historico , outro pelo belo narrativo.
Livro : DIME QUIÉN SOY (Diga me quem sou )¿?
Escritora : JULIA NAVARRO
Amélia Garayoa ,burguesa de familia acomodada ,asentados no bairro de Salamanca
coração financeiro de Madrid , se casa sendo ainda quase adolescente ,com o ta´mbém
acomodado jovem Santiago Carranza ,.
Pouco tempo depois Amélia abandona o marido e o filho recém nascido e foge com o
revolucionario frances Pierre Comte pouco antes de que estoure a guerra civil espanhola
Muitos anos depois ,Guillermo ,que é jornalista e a la vez , bisneto de Don Santiago
recebe o encargo de pesquisar quem era essa mulher e que segredo tão terrivel guarda
que , na familia de Don Santiago era proibido terminantemente falar sobre ela .
A vida de Amélia Garayoa é a historia de uma ante-heroina , presa de seus próprios impulsos
e contradições que a levará cometer errosdos quais nunca se livrará . Carregará consigo
o triste peso do arrependimento pero nunca deixará de lutar, acabará sentindo em proppria pele
o chicote sem piedade tanto do nazismo como da ditadura Sovietica.
Amélia Garayoa protagonizará ,junto a tantos outros personajens inesqueciveis , a aventura
de viver intensamente todo um ciclo desde a Espanha republicana até a queda do Muro 
de Berlim , passando pela Segunda Guerra Mundial e os escuros anos da Guerra Fria .
Madrid , Barcelona ,Paris ,Moscou , Berlin , Roma , Londres , Varsovia , México ou 
Buenos Aires são só alguns dos cenários desta grande obra cuja coluna vertebral
gira em torno ao totalitarismo de nossa história recente .
Uma obra que retrata a memória do século xx , o século mais dantesco da história .
OBs ...esta obra me deixou tão impresionada que me gustaria  estar aí com voces 
e contar-lhes a viva vóz , .
Por favor não deixem de ler ,  
Éuma leitura que te engancha de tal forma , não dá nem fome , só quer ler mais e mais
Estou segura que os vá encantar . 
 
Como não lhes guste !!!!!!!!!!!! Estou perdida , depois de tanta publicidade !!!!!!!!!
 
Logo comento outros , já são la Una e veinte de la mañana , tengo sueño
voy dormir , buenas noches ! ( Ahh  os erros ortograficos não conta vale ??) Beijos a todas 
 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MARINGÁ PELOS OLHOS DE UMA PESSOA DE FORA - VALE À PENA LER!

Desafios de Maringá

por Rudá Ricci*

Durante dois anos, eu e minha equipe do Instituto Cultiva estivemos com freqüência em Maringá. Desenvolvemos três projetos (elaboração da lei de responsabilidade social, assessoria para implementação da Escola da Cidadania e do Orçamento Participativo Criança). Um período em que pudemos compreender a lógica do município, um dos mais arborizados e com centro esteticamente moderno do país, com uma população muito atenta ao vestuário e à moda em geral.
Conhecia Maringá de outros momentos. Mais recentemente, mas antes de assumir as consultorias, a partir dos convites da Receita Federal, Fundacim, UEM e CESUMAR, onde desenvolvi o tema da educação fiscal, programa que assessoro desde 2005. O que chamava a atenção era a profusão de lideranças sociais voltadas para atividades de controle e solidariedade social. O Observatório Social, o SER, as peças de teatro sobre orçamento público desenvolvidos por Marcílio Hubner de Miranda Neto (então pró-reitor da UEM) que ficaram conhecidas em todo o país, as ações sociais da Fundacim, o trabalho de Walmir Motta (CESUMAR) sobre a lei de responsabilidade fiscal, as pesquisas do Observatório das Metrópoles. Eram muitos exemplos do que alguns autores denominam de “capital social”, ou seja, o grau de confiança e autonomia de um agrupamento social na sua capacidade de superar problemas comuns.
Os dois anos em que ficamos em Maringá calibraram nossa percepção. Maringá é a cidade mais partidarizada que já conheci. Partidarizada no sentido que Moacir Palmeira, antropólogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, definiu, ou seja, de uma sociedade dividida em “adesões” a grupos com poder partidário, e não necessariamente uma opção política. Maringá é uma cidade dividida. Pela esquerda, uma espécie de mágoa ou marxismo simplório, em que tudo se resume à classe dominante e classe dominada. Marx nunca teria reduzido a tal ponto o conceito de classe social. Em seu clássico 18 Brumário de Luís Bonaparte, chegou a identificar mais de 12 classes sociais. Pela direita, as forças políticas de Maringá destilam arrogância e soberba, além de misturar religião com pregação partidária, algo que já foi superado com a revolução francesa.
Nossa equipe imaginou como trabalhar com um município tão dividido, tão marcado por adesões de todos os lados, tão patrulhado e rotulado. Ainda buscamos a resposta.
O IBGE poderia ser uma boa fonte de dados iniciais, para desvendarmos este enigma sócio-político. O dado de 2007 revela um município com 326 mil habitantes, sendo 52% mulheres e 53% da população com 10 anos ou mais (este último dado, de 2001). Uma população muito jovem, portanto, o que pode revelar este “teatro” político, marcado por disputas sem fim.
O nível educacional é alto: somente 6% da população não têm instrução, quase a metade do índice nacional.
Dos dados populacionais, talvez um dê uma pista de análise: se agruparmos a população por faixas de renda percebemos que pouco menos de 8% da população recebem mais de 10 salários mínimos. Na outra ponta, 11% recebem até 1 salário mínimo. Entre 1 e 3 salários mínimos estão 26% dos residentes do município; entre 2 e 5 salários mínimos estão 20%; e entre 3 e 10 salários mínimos encontramos outros 20%. Se considerarmos a classificação de classe média utilizada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) como sendo aquela cuja renda familiar per capita variaria entre 1,7 salário mínimo e 19,4 salários mínimos, chegamos a aproximadamente 40% da população de Maringá nesta condição (a média nacional é de 31%).
Poderíamos aventar uma cultura social com forte traço de classe média, voltada ao consumo doméstico. Daí o papel do vestuário, da moda dos cortes de cabelo, traços que sobressaem aos olhos do forasteiro. Reforçando tal lógica, Maringá vive dos serviços (em 2005, o PIB da área de serviços foi 100 vezes maior que o PIB da agropecuária e 3,5 vezes o PIB da indústria).
Os dados de morbidade hospitalar, disponíveis no site do IBGE, indicam que Maringá possui perfil idêntico a municípios de mesmo porte, mesmo com renda per capita e orçamento público menor, caso de Montes Claros, no norte de Minas Gerais. Contudo, as doenças infecciosas e contatos com serviços de saúde causam mais óbitos em Maringá, embora as doenças do aparelho circulatório apresentem menor índice de óbitos que a média de municípios de mesmo porte, na região centro-sul do país. No restante, possui o mesmo perfil, o que não deixa de ser estranho para um município poderoso (política e economicamente). Os dados de morbidez hospitalar deveriam ser mais baixos que a média.
Enfim, aparentemente trata-se de um município com forte cultura de classe média, consumista, com bom nível de instrução, jovem e ainda consolidando sua identidade social.
A necessária construção da maturidade política de uma cidade
Com a emancipação de Mandaguari, em 1951, Maringá elegeu um prefeito do PTB, um partido com fortes vínculos com sindicatos potentes e, nos anos 50, com movimentos de camponeses na luta pela terra. Contudo, nos anos seguintes foram eleitos prefeitos do PSP, PSD (seguidos, sempre, pela UDN). Estudos da UEM[1] indicam o uso de jagunços para proteger os mandatos.
Na década seguinte emergiu em Maringá o sindicalismo rural contaguiano, a maior confederação de trabalhadores (rurais) do país, disputada até o golpe militar pelo PCB, pela Ação Popular e pelos Círculos Operários (o segmento conservador da organização sindical católica). Em 1961 foi registrado um conflito de rua entre as duas forças rurais de esquerda e setores conservadores apoiados pela igreja católica.
Com o golpe militar, a militância de esquerda ficou circunscrita ao meio acadêmico-estudantil. Em 1969 foi criado o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), em Maringá, por onde se organizaram parte das lideranças estudantis. Outra organização de esquerda criada neste município foi a Ação Popular (AP). A AP foi uma organização católica formada por jovens, tendo como um dos seus líderes Herbert de Souza, mas que já no regime militar assumiu o ideário maoísta. A greve da Companhia Norpa Industrial, em outubro de 1968, contou com a participação da AP. Daí o envolvimento do bispo local no apoio aos grevistas.
No outro lado do espectro partidário, a coligação PDC-PSD-PTB havia derrotado o candidato da UDN até o Ato Institucional que limitou a vida partidária a Arena e MDB. Lideranças da UDN de Maringá (que eram derrotadas frequentemente por lideranças do PSD) migraram para a Arena. Por este motivo, a partir daí, o MDB venceu as eleições locais em 1968, 1972 e retornou a ganhar, como PMDB, em 1982. O PSD, enfim, continuou hegemônico em Maringá.  Em 1988, com o pluripartidarismo instituído novamente, o PFL venceria as eleições com a candidatura de Ricardo Barros. Uma nova reviravolta ocorreria em 2000, com a vitória do PT, após um escândalo incrustado na Secretaria de Fazenda e o afastamento do prefeito. Um interregno na vida política de Maringá (então pendendo para o PSD-MDB), governada pela primeira vez por um partido de esquerda.
Ocorre que, logo em seguida, a família Barros retoma o governo local, em 2004, agora sustentado pelo PP. Segundo análise de Reginaldo Dias, a resistência de esquerda permanecia na UEM, universidade pública, e num incipiente movimento sindical. Lembremos que desde os anos de chumbo, a esquerda tinha acolhida no meio estudantil e universitário.
O que este breve relato sugere?
Em primeiro lugar, que Maringá possui uma cultura política dominante mais conservadora, ao menos no que diz respeito às opções partidárias. O progressismo do município é estético e vincula-se a certo ideário de classe média, segmento de destaque nesta localidade. Os partidos mais à esquerda tiveram apenas um bom momento eleitoral local, logo superado na eleição seguinte. Contudo, mantém-se sólido no meio universitário (em especial) e divide-se na condução dos sindicatos de trabalhadores (PT e PSTU, em especial).
Em segundo lugar, e diretamente vinculado à hipótese anterior, os partidos de esquerda parecem não conseguir impor uma agenda política muito nítida. Possivelmente acuada pela cultura política conservadora de Maringá, as forças de esquerda reagem às ações e agenda dos governos locais mais conservadores. No seu único momento à frente da máquina administrativa municipal, houve poucos programas e ações inovadores que se efetivaram como práticas duradouras. Este é o caso do orçamento participativo de Maringá, durante a gestão petista que, infelizmente, não deixou raízes muito profundas na cultura política e social local.
Em terceiro lugar, a oscilação UDN-PSD (com certa vantagem à segunda agremiação) parece instalada numa espécie de inconsciente coletivo de Maringá. Um traço histórico, cultural, tênue, mas que divide o município em adesões (para retomar a tese de Moacir Palmeira, citado no início deste artigo). Maringá fixa-se em nomes e agrupamentos. Polariza-se não ideologicamente, mas partidariamente (enquanto liderados por ícones). Uma cidade partida, enfim. Não necessariamente em classes ou frações de classe sociais, mas em agrupamentos que giram ao redor de ícones. Esta oscilação, inclusive, é francamente desfavorável às forças políticas à esquerda do espectro partidário que, parece, caem constantemente nesta armadilha cultural que as obriga a transitar por este campo limitado da política local.
A tese muito em voga no município sustentando que o governante de plantão nunca elege seu sucessor trata uma coincidência como fenômeno político. Ocorre que se esta hipótese fosse real, estaríamos lidando com um município cuja cultura seria permanentemente oposicionista, o que não parece ser o caso. Uma recente análise de Antonio Ozaí da Silva (UEM)[2] revelou o quanto o movimento carismático, eminentemente conservador, criou tentáculos e influenciou uma série de lideranças partidárias locais, de amplo espectro ideológico, o que é ainda mais impressionante. Enfim, um movimento religioso conservador consegue galvanizar lideranças partidárias de esquerda e direita. A renovação de nomes não significa, necessariamente, uma renovação política ou ideológica. Pelo contrário: pode significar exatamente a dificuldade de identificar uma linha ideológica e programática comum entre governo e sucessor. O eleitorado, enfim, fixa-se em nomes, num perfil mais vinculado à lógica conservadora, consumista, vitoriosa, religiosa.
Ainda citando Antonio Ozaí da Silva, num artigo em que este autor analisa a gestão petista (sob o título “A admirável Maringá e o governo democrático e popular”) já vaticinava:
Maringá é enaltecida pela qualidade de vida que oferece. Os parques florestais são fontes de saúde e lazer e até mesmo os seus pequenos habitantes extasiam crianças e adultos admirados com o espetáculo da natureza. As árvores embelezam a paisagem urbana e enlevam os espíritos amantes da natureza, tornando o simples caminhar um deleite. Maringá é acolhedora em sua essência e origens. Migrantes e imigrantes construíram-na e fincaram raízes nutridas pelo trabalho de gerações. Maringá tem vocação para prosperar econômica e socialmente. Cidade universitária, concentra uma população jovem, ávida de progredir e fator irrigador do comércio pujante local. (...) Mas, há outra Maringá que não convém apologizar. É a Maringá dos ausentes dos bancos universitários; dos que não podem consumir os serviços dos hospitais privados e especialistas da área da saúde; dos que vivem em bairros sem acesso à saúde pública de qualidade, às melhores escolas, sem oportunidades de emprego. Há uma Maringá opulenta, bela e sedutora, que oculta outra cidade onde campeia a desigualdade social, a inexistência de infra-estrutura à altura das necessidades sociais e cujos trabalhadores ganham salários tão baixos que outras categorias profissionais mais aquinhoadas são vistas como elite. Há uma Maringá rica e acessível à classe média alta e remediada e inacessível para boa parcela da população. Há uma Maringá harmoniosa que, à maneira de Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, esconde uma Maringá prenhe de contradições e selvagem. (...) Tudo parece harmonioso. Porém, a longa lua-de-mel parece findar-se e as exigências políticas e sociais se intensificam. As expectativas eleitorais dos partidos e forças políticas locais estão em consonância com as exigências estaduais e nacionais Os interesses econômicos e políticos tendem a se explicitar e a acirrar as contradições. A administração tem mantido o apoio majoritário e tomado iniciativas – em especial, o orçamento participativo – que merece elogios. Está no caminho certo. Mas seu raio de ação é limitado pela inexistência de recursos para investimentos. Porém, os problemas sociais exigem soluções, criatividade e opções políticas. Chega a hora de definições: qual das duas ‘Maringás’ deverá ter a prioridade da ação governamental? É possível governar para todos os interesses?
A pergunta final destaca-se, hoje, como uma senha para interpretar a política em Maringá. É possível governar para tantos interesses? Como garantir a igualdade ou promoção social numa cidade com “cultura de classe média”, consumista e conservadora politicamente?
A única chance da esquerda é se diferenciar pela proposta alternativa e técnica de governar com um projeto ousado e alternativo. Mas ao se prender ao pêndulo conservador, apenas reage, buscando revelar-se pela negação e não pela capacidade de governar melhor. Tentando se diferenciar pela negação (e não pela afirmação de um projeto para Maringá), reforça o jogo de adesões e agrupamentos. Perde tempo e não consegue se espraiar pelos diversos segmentos sociais e territórios de Maringá. Ao invés de um projeto societal, se recolhe num projeto comunitário, um discurso para “iguais”, para militantes do mesmo partido. Continua refém de uma lógica universitária, seu habitat natural desde os anos de ditadura. Uma lógica fechada em si mesma, com seu dialeto próprio, seus mecanismos de validação pela meritocracia, seus escaninhos departamentalizados. A legitimidade política é distinta da legitimidade acadêmica, diga-se de passagem. A esquerda de Maringá ressente-se da dificuldade de se popularizar num ambiente conservador.
Enfim, Maringá não possui uma política de massas. Possui até então uma política elitizada. A política ainda não chegou às ruas e locais de trabalho. É ainda um elemento das elites organizadas em partidos. É fato que se trata da lógica dominante da política brasileira. Mas em Maringá é ainda mais acentuada. Daí porque existem ações solidárias e iniciativas de controle social. Mas não são populares, não estão enraizadas nos bairros mais carentes. Daí porque Maringá renegar Sarandi. Tantas vezes ouvi que muitas empresas situadas em Sarandi cravam seus endereços como sendo de Maringá, por puro preconceito. Se esta situação for verdadeira é uma demonstração de discriminação territorial e social por inteiro, cabal.
Enfim, o desafio de Maringá é se tornar um todo, um município, um espaço público. Tornando-se espaço público é possível dar mais um passo: construir um projeto para Maringá. Um Projeto 2020 ou algo do gênero, que construa uma “utopia da cidade”, como ocorreu em Barcelona, pouco antes de sediar as Olimpíadas. O grande desafio é pensar um projeto utópico que integre a população carente à cidade de classe média, que consiga socializar os bens tecnológicos, que interligue os bairros, que espraie os direitos sociais e políticos da cidade. Uma cidade cujo símbolo vá além da matriz do centro elitizado de Maringá. Um projeto cultural que supere os muros das universidades. Um projeto estético que supere a mera homenagem às comunidades e famílias fundadoras da cidade. Mas que integre, fundamentalmente. E que dialogue com a cultura conservadora da cidade.
Em jornalismo se diz que o pior profissional é aquele que briga com os fatos. Em política pública, o pior dos líderes é o que briga com a cultura política. Não é problema uma cidade possuir uma cultura política conservadora. O problema é a liderança não dialogar e polemizar com esta cultura. Sob pena de nunca conseguir elaborar e disseminar um discurso ético, mas meramente estético. Um líder preso à estética conservadora é uma contradição em termos, porque estará preso ao passado, à interpretação do passado e às possibilidades de futuro. Mas o líder político é justamente aquele que desafia o presente e constrói um futuro possível, sedimentado no desejo de seus seguidores.
É isto que parece faltar à Maringá: ultrapassar o espaço paroquial e ingressar no mundo público.


* Doutor em Ciências Sociais, membro da Executiva Nacional do Fórum Brasil do Orçamento e do Observatório Internacional da Democracia Participativa.
[1] Ver DIAS, Reginaldo & GONÇALVES, José Henrique (orgs). Maringá e o norte do Paraná. Maringá: UEM, 1999.
[2] Ver: "Religião e Política: Memória e História da Renovação Carismática Católica em Maringá (PR)", publicado na Revista Espaço Acadêmico, edições 79 (dezembro de 2007)80 (janeiro de 2008) e 81 (fevereiro de 2008).

sábado, 21 de agosto de 2010

Paisagens Urbanas

Capela Nossa Senhora Aparecida

Paisagens Urbanas

Paisagens Urbanas

Paisagens Urbanas

Paisagens Urbanas


Paisagens Urbanas

Paisagens Urbanas

Passeio de Bicicleta Novo Centro

Passeio de Bicicleta Marjory 21/08/2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

100 anos da Morte de Machado de Assis/ Descubra a verdade sobre Capitu:

Uma das histórias mais intrigantes da obra de Machado de Assis é o término do relacionamento de Bentinho e Capitu, descrito no livro "Dom Casmurro", em decorrência de uma suposta traição. Suposta porque em momento algum o escritor chega a afirmar que Capitu e Escobar, amigo de Bentinho, realmente ficaram juntos. Mas, como o relato é feito pelo personagem principal, tomado de ciúmes, a conclusão depende da interpretação de cada leitor. 

Uns acreditam que Capitu, a mulher dos “olhos de ressaca”, entregou-se a Escobar. Outros a defendem dizendo que a infidelidade foi criação da mente doentia de Bentinho. Há ainda aqueles que preferem não opinar por acreditar que a dúvida é a grande sacada do livro. 

Cem anos após a morte do escritor, falecido em 29 de setembro de 1908, o Abril.com pediu a opinião de dez personalidades que leram “Dom Casmurro” sobre essa famosa questão. Entre os entrevistados estão o ator Bruno Garcia, que interpretou Bentinho no cinema, o cineasta Jorge Furtado, o escritor Luis Fernando Veríssimo e o cartunista Ziraldo. Confira no site : http://www.abril.com.br/noticia/diversao/no_307200.shtml



“É muito interessante perceber que essa questão só reforça a genialidade de Machado de Assis. Após tantos anos, o fato de Capitu ter traído ou não Bentinho divide grupos e revela um intrincado jogo de subjetividades, proporcionado pela pena inovadora de nosso escritor maior. Uns têm certeza que houve a traição, outros juram que foi tudo paranóia de Bentinho. E há, ainda, aqueles que acham que isso não importa. Faço parte deste último grupo. Para mim, o principal personagem de Dom Casmurro é a dúvida.” 
Bruno Garcia, ator 

Sabe quem é o charmosão?


Machado de Assis - link para conhecer sua obra completa:

Já pensou em publicar um livro?


A Editora Saraiva está promovendo um prêmio de Literatura. É a primeira edição do Prêmio Benvirá, a ideia é estimular a produção literária nacional e a ação está sendo divulgada na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.
O concurso irá eleger uma obra de ficção, o tamanho e o tema são livres. Podem participar autores brasileiros ou naturalizados, que ainda não tenham livros de ficção editados pela Saraiva. O autor da melhor história receberá como prêmio 30 mil reais e terá seu livro publicado no próximo ano. Lembrando que cada autor só pode concorrer com uma obra.
O período de inscrições é de 12/08/2010 a 30/11/2010, pelo site da Benvirá. Aproveite para passar no estande da editora na Bienal do Livro e saiba mais sobre o concurso!

domingo, 15 de agosto de 2010

Gabriel e Flávio na plantação de cacau

Bia e Flávio/ Nilza e Carlos em plena Floresta Amazônica

Trapiche no Mangal das Garças/Belém do Pará

Mirante no Mangal das Garças/Belém do Pará

Catedral da Sé/Belém do Pará

Dança Típica do Pará/ Carimbó

Flávio no Mercado Vero Peso/Cestaria

Bia no Mercado Vero Peso - Cacho de Cupuaçu

Flávio no Rio Xingu em 03/08/2010

Bia/Passeio de Barco no Rio Xingu 03/08/2010

Roupa Perfeita

Os preparativos para uma festa

Dieta

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um pouquinho de nossa querida Isabel Allende

Meia hora antes da entrevista que a escritora chilena Isabel Allende deu em exclusivo ao i, durante a 8ª Festa Literária Internacional de Paraty, fez uma sessão fotográfica para uma revista espanhola de celebridades. Sorriu muito, mas, a cada clique, respirava de alívio na esperança de que fosse o último. Esta semana está na Jamaica, também a trabalho. Se o sucesso dos livros a sufoca, por outro, escrevê-los, diz, é encontrar a liberdade. A mesma que diz usar “para cambiar el mundo”, melhorando a condição das mulheres

Chamam-na feminista. Revê-se nessa “condição”?Trabalhei toda a minha vida com e para mulheres. Era muito jovem quando já tinha todos os ideais e causas do feminismo. Apesar de o feminismo ter mudado e de as pessoas não quererem usar a palavra, as causas continuam. Continua a haver muitas mulheres que estão submetidas e têm vidas miseráveis. Como mulher privilegiada que sou, porque tenho educação, saúde e recursos, posso ajudar. Então, sinto que a minha missão e a das mulheres como eu, sobretudo as mulheres mais velhas, que já criaram os seus filhos, é ajudar os seus irmãos no resto do mundo. Por isso concentrei-me nas mulheres e nas meninas com a Fundação [Isabel Allende, com sede nos EUA, fundada em 1996, em homenagem à filha Paula], angariando fundos. Por cada dólar que a filantropia investe em causas de mulheres, investe-se 20 dólares em programas para homens. Contudo, o dinheiro que se usa para ajudar as mulheres, ergue toda a família, ergue a aldeia, ergue a sociedade. É uma inversão muito importante. 
Em que é que os seus livros a ajudaram?
Eu acredito que me ajudaram em tudo. Primeiro, a “Casa dos Espíritos” foi como uma tentativa de recuperar o Chile que eu tinha perdido depois da ditadura. Ajudou-me muito escrevê-lo porque pude recrear a memória que começava a perder-se enquanto estava no exílio. Escrevi “Paula”, quando a minha filha morreu, ainda jovem. Por sua vez, a dor não foi embora, mas pelo menos pude organizar o que se passou, contê-la em livro. Parece que antes de escrever o livro a dor invadia toda a minha vida e, depois, no processo de escrever e ordenar as recordações e os acontecimentos, pude geri-la melhor. Com isso, acredito que todos os meus livros provêm de uma experiência intensa e pessoal e quase sempre uma experiência muito dolorosa, ou uma paixão muito forte. Então, é uma verdadeira obsessão pela liberdade individual e também a liberdade colectiva, pela justiça. São coisas que sempre me apaixonaram. Então, são coisas que eu exorcizo com a escrita.
Uma escrita mais madura? 
Mudei muito. Mas o mundo e a literatura também. Quando eu comecei a escrever, nos anos 80, era o boom da literatura latino-americana. Eram todos homens. E havia uma voz latino-americana. Isso já passou. Eu vivo em inglês. Vivo nos Estados Unidos, leio muita ficção americana. Influenciou-me porque mudou o meu estilo. Escrevo de uma forma muito mais directa, com frases mais curtas. Já não se usa o estilo demasiado barroco, que eu usava um pouco. Logo, creio que amadureci no sentido de que conheço melhor o ofício da escrita. Mas continuo a cometer muitos erros, continuo a ter muito medo de cada vez que começo um livro. Nunca me sinto segura, porque cada livro é diferente. E cada livro tem a sua forma de ser contado. Não serve a fórmula que aplicaste no livro anterior. Então existe essa angústia: serei capaz de escrevê-lo, ou não? E, também, a sensação de que há uma parte que é inspiração, outra parte que é trabalho, outra parte que é sorte. Sem a sorte, não sai.
É considerada uma referência da literatura latino-americana. Os seus livros fluem como relatos vívidos. Onde começa e onde acaba a ficção?
O boom da literatura latino-americana deve-se à censura. No Chile, por exemplo, como a ditadura silenciava os jornais, tivemos de começar a escrever livros para falar sobre o que estava a acontecer e como nos sentíamos. A ficção pode ser uma ferramenta para contar a verdade.
E o novo romance falará de que realidade?Com ele fecha-se um ciclo. Não vou começar a escrever mais a 8 de Janeiro, como fazia até aqui. Faço-o desde 1981. Na altura estava a viver na Venezuela e recebi um telefonema do meu avô que estava a morrer. Escrevi-lhe, nesse dia, uma carta que se tornou depois o meu primeiro romance. Mas estou numa fase em que preciso ficar mais relaxada, estou farta desta vida militar de entrevistas, autógrafos e viagens.

O LIVRO NÃO MORREU

Na Flip, pela primeira vez desde 2003, discutiu-se o futuro do livro, assunto que antes só era
comentado aleatoriamente em mesas dedicadas a outros assuntos. A demora foi aplacada com
duas mesas sobre o tema, uma na noite de quinta-feira (5) e outra na manhã de sexta-feira. No
primeiro dia, o historiador e diretor da biblioteca de Harvard, Robert Darnton, e o também historiador
Peter Burke falaram sobre a história dos livros. Hoje de manhã, Darnton voltou à mesa de debates,
desta vez acompanhado de John Makinson, presidente da Penguin Books, gigante dos livros
baratos que aportou recentemente no Brasil associada à editora Companhia das Letras.
A conversa do primeiro dia, uma espécie de introdução ao assunto, foi sonolenta e desinteressou
ao grande público da Festa, que esvaziou a Tenda do Telão antes do fim. Falou-se da literatura
pornográfica francesa, do século XVIII, da história das enciclopédias – citando a Wikipedia, elogiada
por Burke –, e um painel sobre a história dos direitos autorais. O assunto da moda, o futuro em
tempos de Kindles e iPads, ficou para a manhã de hoje.
O segundo debate envolveu mais o público, um pouco menor na Tenda do Telão por conta da bela
manhã de sol em Paraty – em uma cidade como esta, é inevitável a disputa entre os livros e a praia.
A Tenda dos Autores, porém, estava lotada, como sempre.
O interesse do público acabou não se revertendo em qualidade. Os temas foram discutidos apenas
superficialmente, e quem acompanha a cobertura da imprensa sobre o assunto no último ano
acabou ouvindo apenas obviedades.
Foi importante, porém, o depoimento de Darnton, à frente do projeto de digitalização da biblioteca
de Harvard. Segundo ele, o Google está longe de ser o parceiro ideal para a difusão do acervo.
“Admiro o Google, e é ótimo que eles tenham digitalizados dois milhões de livros, todos de domínio
público. Mas eles queriam digitalizar bibliotecas como a de Harvard, de graça, e cobrar pelo acesso
aos livros. Seria o monopólio do conhecimento ”, disse Darnton, aplaudido pelo público.
Outra discussão relevante, mas tocada apenas superficialmente, foi o debate sobre o formato dos
arquivos digitais, e o risco de se perder o conhecimento produzido por anos apenas porque o
formato ficou obsoleto. Darnton fechou a palestra dizendo: “Já tivemos o anúncio da morte do livro,
da morte do autor e agora da morte da biblioteca. Acho que não acredito mais na morte”. Aplausos.
Fonte: Revista Epoca
http://www.diaadia.pr.gov.br/ead 12/8/2010 20:44:41 - 1

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A leitura possibilita acolhimento

Biblioteca íntima Reserve um pedacinho da casa para os livros da sua vida texto Leandro Quintanilha

Uma estante repleta de livros costuma ser uma espécie de biografia velada do dono daqueles volumes todos. Porque quem reúne livros coloca nas prateleiras também as fases da própria vida. Os livros da escola, da faculdade, do trabalho. Aqueles que foram presentes de amigos. Outros que você ganhou de um grande amor – ou até comprou para impressionar alguém. Livros sobre quem você foi, quem você é e quem gostaria de ser (sim, há também aqueles que você jura que ainda vai ler, lembra?). Uma biblioteca pode dizer mais sobre o dono que um livro sobre seu autor.
“Você organiza pelo assunto, mas, com o tempo, todo volume vira livro de História”, diz brincando o consultor de tendências político-econômicas José Eduardo Faro Freire. A longo dos seus 68 anos, Freire acumulou cerca de 8 mil títulos. Dois dos quartos do apartamento em que mora com a mulher foram unidos para comportar esse acervo, com o qual ele passa boa parte do dia. Ainda assim, as estantes, que cobrem todas as paredes do recinto, tiveram que ser ocupadas em fileiras duplas. Quando você tira um livro – olha lá! –, aparece a lombada de outro no fundo.
Troféus pessoais
Um colecionador de livros exibe seu acervo com uma mistura de orgulho e pudor. Livros são troféus, porque cada título desejado, encontrado, lido e guardado é uma conquista. Mas os itens de uma biblioteca pessoal são como o conteúdo da carteira, da bolsa, da geladeira – falam sobre você. Sobre a intimidade do seu pensamento, do seu imaginário.
“É sempre um recinto cheio de afetividade e significado”, diz Fernando Modesto, professor do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Universidade de São Paulo. Modesto explica que, além de livros e revistas, uma biblioteca pode abarcar também CDs, DVDs, documentos, álbuns. Tudo que guarde uma lembrança. Mas que também (e esse é o lado “ruim”) ocupa um espaço danado na casa.
Na Antiguidade, o político romano Marco Túlio Cícero escreveu que uma casa sem livros é como um corpo sem alma. Faça o que puder no espaço de que você dispõe – o importante é manter os livros por perto, como parte do cotidiano. Uma biblioteca doméstica pode ser dispersa, dividida em estações estratégicas pela casa toda. A da bibliotecária e designer (de bibliotecas!) Cláudia Tarpani é assim. Os livros de trabalho estão no escritório. Na sala, ficam os de literatura. Os demais, sobre culinária, jardinagem e decoração, estão numa estante no fundo do corredor.

A biblioteca pública em Kansas City, E.U.A.

A biblioteca pública em Kansas City, E.U.A.

Você acredita que esse prédio é uma biblioteca?

La Carre au Tete, em Nice, França.  Dentro de uma biblioteca
La Carre au Tete, em Nice, França

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Comer, Rezar e Amar - Elizabeth Gilbert


Esse livro é simplesmente surpreendente, o que justifica ter se tornado filme, pois qual mulher que está entre os 30 e 50 anos não se identificará com situações vivenciadas pela autora? A riqueza de descrição, dá até para sentir o sabor das pizzas italianas, ou ouvir os sinos indianos chamando para as orações. É muito interessante, porque ao retratar a questão do divórcio e suas implicações emocionais e econômicas, mostra a fragilidade do ser humano na busca de sua essência, o processo da dor que se  faz necessário para o encontro do "eu" mais legítimo. E, enquanto romance, que final maravilhoso, se apaixonar justo por um brasileiro.  Ao ler essas páginas tão ricas,  duvido a mulher que não ficou imaginando o rosto desse homem? O maior destaque deve ser dado a rede de ajuda humanitária que ela estabeleceu ao solicitar aos seus amigos do outro lado do mundo, dinheiro para ajudar a reconstrução das casas na Indonésia. Sensacional! Valkiria

sábado, 24 de julho de 2010

"Quarto 49" Cássia Giseli Beraldo Pereira

Como diz o subtítulo "Os bastidores da luta do prefeito José Cláudio pela Vida", como maringaense é interessante ler esse livro para entender as questões políticas local e seus desdobramentos. Remete a se fazer uma reflexão crítica sobre aquele determinado momento da história da cidade. Embora em alguns momentos, aflore uma carga de assunto familiar, é aceitável, porque se trata da história de uma família, que de certa forma reproduz a história de muitos pioneiros na sua luta pela conquista de uma vida melhor em Maringá. É interessante também porque temos a perspectiva da dor do prefeito e de sua família na luta contra o câncer, como isso afeta o cotidiano das pessoas, e a diferença de enfrentar a doença apoiado na fé.Valkiria

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Há Vinte Anos, Luz" Elsa Osório


Trata sobre a história do resgate de identidade de uma criança que foi raptada de sua mãe durante o regime militar para ser neta de um general. Uma trama riquíssima, cheia de romance, perspectivas e principalmente mostra as duas faces dessa época obscura e terrível da história Argentina e de muitos países da América Latina. Muito bacana, pois destaca a luta das avós da Praça de Mayo no resgate dessas identidades. Valkiria

"Memórias de uma Gueixa" - Arthur Golden



Embora o título sugira sexo e mais sexo, esse livro é incrível, pois retrata a vida de uma menina que foi vendida pelo pai durante a iminência da morte da mãe. Narra sua luta para se tornar uma gueixa (que não é apenas uma prostituta de luxo), mas uma dançarina, uma acompanhante, uma contadora de histórias para todas as ocasiões. Mostra a concorrência nos oiquiyá, que só pode ter uma gueixa oficial de cada vez. E o melhor, traz um final surpreendente. Valkiria

Sacada do Aptº da Bia


Novo Centro (foto:Valkiria Santos)

Aniversariantes: Arlete, Bia e Camila

Reunião 22/07/2010 Aptº da Bia

Fotos Reunião 22/07/2010