Boas vindas!

Caro leitor, eramos apenas algumas amigas que isoladamente trocavam livros entre si. Até que um dia, a Bia leu o livro"A sociedade literária da casca de batata" e me presenteou com ele (junto com um recadinho) - e nós (Valkiria, Bia, Eliane, Angela, Arlete, Renata, Sabryna, Camila, Raíssa, Diu, Rosângela) inspiradas na idéia resolvemos formalizar nossas trocas, não no sentido chato, mas em possibilitar encontros onde iríamos discutir cada um dos livros em sua essência. Além disso, oportunizaria nossos encontros para colocarmos a conversa em dia, o que acaba rendendo muitas risadas, por isso o nome. Além disso, nos tornamos conhecedoras das cafeterias da cidade e com certeza tambem ótimas críticas literárias e gourmet. Um grande beijo para vc que nos acessou, vamos tentar sempre deixar esse espaço atualizado.Valkiria

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O LIVRO NÃO MORREU

Na Flip, pela primeira vez desde 2003, discutiu-se o futuro do livro, assunto que antes só era
comentado aleatoriamente em mesas dedicadas a outros assuntos. A demora foi aplacada com
duas mesas sobre o tema, uma na noite de quinta-feira (5) e outra na manhã de sexta-feira. No
primeiro dia, o historiador e diretor da biblioteca de Harvard, Robert Darnton, e o também historiador
Peter Burke falaram sobre a história dos livros. Hoje de manhã, Darnton voltou à mesa de debates,
desta vez acompanhado de John Makinson, presidente da Penguin Books, gigante dos livros
baratos que aportou recentemente no Brasil associada à editora Companhia das Letras.
A conversa do primeiro dia, uma espécie de introdução ao assunto, foi sonolenta e desinteressou
ao grande público da Festa, que esvaziou a Tenda do Telão antes do fim. Falou-se da literatura
pornográfica francesa, do século XVIII, da história das enciclopédias – citando a Wikipedia, elogiada
por Burke –, e um painel sobre a história dos direitos autorais. O assunto da moda, o futuro em
tempos de Kindles e iPads, ficou para a manhã de hoje.
O segundo debate envolveu mais o público, um pouco menor na Tenda do Telão por conta da bela
manhã de sol em Paraty – em uma cidade como esta, é inevitável a disputa entre os livros e a praia.
A Tenda dos Autores, porém, estava lotada, como sempre.
O interesse do público acabou não se revertendo em qualidade. Os temas foram discutidos apenas
superficialmente, e quem acompanha a cobertura da imprensa sobre o assunto no último ano
acabou ouvindo apenas obviedades.
Foi importante, porém, o depoimento de Darnton, à frente do projeto de digitalização da biblioteca
de Harvard. Segundo ele, o Google está longe de ser o parceiro ideal para a difusão do acervo.
“Admiro o Google, e é ótimo que eles tenham digitalizados dois milhões de livros, todos de domínio
público. Mas eles queriam digitalizar bibliotecas como a de Harvard, de graça, e cobrar pelo acesso
aos livros. Seria o monopólio do conhecimento ”, disse Darnton, aplaudido pelo público.
Outra discussão relevante, mas tocada apenas superficialmente, foi o debate sobre o formato dos
arquivos digitais, e o risco de se perder o conhecimento produzido por anos apenas porque o
formato ficou obsoleto. Darnton fechou a palestra dizendo: “Já tivemos o anúncio da morte do livro,
da morte do autor e agora da morte da biblioteca. Acho que não acredito mais na morte”. Aplausos.
Fonte: Revista Epoca
http://www.diaadia.pr.gov.br/ead 12/8/2010 20:44:41 - 1

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