Boas vindas!

Caro leitor, eramos apenas algumas amigas que isoladamente trocavam livros entre si. Até que um dia, a Bia leu o livro"A sociedade literária da casca de batata" e me presenteou com ele (junto com um recadinho) - e nós (Valkiria, Bia, Eliane, Angela, Arlete, Renata, Sabryna, Camila, Raíssa, Diu, Rosângela) inspiradas na idéia resolvemos formalizar nossas trocas, não no sentido chato, mas em possibilitar encontros onde iríamos discutir cada um dos livros em sua essência. Além disso, oportunizaria nossos encontros para colocarmos a conversa em dia, o que acaba rendendo muitas risadas, por isso o nome. Além disso, nos tornamos conhecedoras das cafeterias da cidade e com certeza tambem ótimas críticas literárias e gourmet. Um grande beijo para vc que nos acessou, vamos tentar sempre deixar esse espaço atualizado.Valkiria

quinta-feira, 31 de março de 2011

Valkiria/NRE/ 30/03/2011

Notas dos “Caminhos de Mandela” de Richard Stengel - by Angela Endlich



Stengel foi o jornalista que auxiliou Mandela a preparar sua autobiografia. Da sua aproximação com ele e entusiasmo pelo seu jeito de ser, escreveu o título mencionado. Esta foi minha leitura do mês de março (2011) do grupo: Livros & Risos.
Fiz uma seleção das minhas passagens preferidas, mas nada substitui a leitura deste, como  nenhum resumo ou notas é capaz de substituir qualquer outro livro. 
Desde o início do livro, o autor destaca que Nelson Mandela teve muitos professores em sua vida, mas o maior de todos foi a prisão, onde passou 27 anos (dos 44 aos 71 anos de idade). Lição que o fortaleceu e consumiu tudo o que era insignificante. Ensinou-lhe autocontrole, disciplina e foco, nas palavras de Stengel.  Na prisão não havia lugar para o impulso, auto indulgência ou falta de disciplina.
Entre as lições, selecionadas pelo autor, e que segundo ele podemos aprender com Mandela sem a fração que ele teve que pagar, estão as seguintes de forma resumida:
ü  Coragem não é ausência de medo. É aprender a superá-lo. Nenhum de nós nasce corajoso. Tudo está na maneira como reagimos a diferentes situações. Coragem corresponde, então, a não deixar o medo derrotá-lo.
ü  Seja ponderado e calmo. São raras as situações que exigem resposta arrebatada e ela tem de ser calculada e não espontânea. O controle é a medida do líder. Desse comportamento que era visível nos discursos de Mandela, ele assim se posiciona de que é melhor ser um pouco sem graça e confiável do que fazer discursos inflamados, com linguagem bombástica.
ü  Sobre a liderança – é preciso tanto estar a frente, como as vezes se posicionar na retaguarda – recuar e ouvir. O modo mais certeiro de neutralizar uma discussão é ouvir pacientemente o ponto de vista oposto. Ele teve formação na forma africana de liderança, na qual o rei busca o consenso, com participação. O poder concedido ao rei está baseado na idéia de ubuntu – concedido por outras pessoas.
Outros tantos pontos de aprendizado podem ser aprendidos com Mandela e estão destacados nesse livro, como a necessidade de que sejamos regidos por um princípio principal e que todo o resto se torna tática.  A compreensão de que a lei nada mais é do que força organizada, usada pela classe dominante para moldar a ordem social de forma favorável a si mesma (p.112). Por fim, é fundamental destacar que ele recomenda ver o que há de bom nos outros. Procurar o positivo, o construtivo em cada pessoal. Isso ajuda a tornar todos melhor, esperar o que possuem de bom e sinalizar onde podem contribuir.

quinta-feira, 10 de março de 2011

TOLSTÓI, L. A insubmissão e outros escritos. São Paulo:Ateliê Editorial/Imaginário, 2010, 80 p./by Angela


Pequeno livro que traz de forma muito clara o pensamento político deste grande nome da literatura mundial. Ele revela sua postura contrária a instituições de forma geral, em especial ao Estado.  Defende a insubmissão como forma de agir e argumenta pela não-violência.  Traz uma admirável perspectiva política de um anarquismo fundamentado no cristianismo.  A seguir uma pequena seleção de trechos do autor que falam por si de forma incrivelmente mais eloqüente que qualquer comentário que eu possa fazer:
“Se a maioria das pessoas prefere a obediência à insubordinação, não é por ter julgado o problema desapaixonadamente, pesando as vantagens e as desvantagens, senão por ter-se colocado, por assim dizer, sob a influência de uma sugestão hipnótica. As pessoas costumam submeter-se a esse tipo de exigência sem recorrer ao uso da razão, deixando-se levar pela lei do menor esforço. Negar-se à insubmissão requer um raciocínio independente além de um esforço, esforço que alguns homens são incapazes de realizar.” (p.39).
“(...)reconhecendo com razão a arma espiritual como único meio da destruição do poder, a doutrina do anarquismo, baseando-se numa concepção não-religiosa e materialista do mundo, não possui esta arma espiritual e limita-se a suposições, a sonhos que dão a possibilidade aos defensores da violência (...) E esta arma espiritual, que é conhecida pelos homens desde há muito tempo, sempre destruiu o poder e deu aos que a empregaram uma liberdade tão completa que nada pode anulá-la.” (p.57).

Rubem Alves. Ostra feliz não faz pérolas/By Angela


Ele realiza nesse livro uma série de coisas: cita, desabafa, filosofa, trata de vários assuntos... Afirma que assim como Albert Camus “(...) sonhava com o momento em que poderia escrever com  liberdade total (...) e não teve esta chance”. Ele entende que realiza isso nesse livro.  Como mostra o livro, Rubem Alves expõe sobre amor, beleza, criança, educação, natureza, política, saúde mental, religião, velhice e morte.