Boas vindas!

Caro leitor, eramos apenas algumas amigas que isoladamente trocavam livros entre si. Até que um dia, a Bia leu o livro"A sociedade literária da casca de batata" e me presenteou com ele (junto com um recadinho) - e nós (Valkiria, Bia, Eliane, Angela, Arlete, Renata, Sabryna, Camila, Raíssa, Diu, Rosângela) inspiradas na idéia resolvemos formalizar nossas trocas, não no sentido chato, mas em possibilitar encontros onde iríamos discutir cada um dos livros em sua essência. Além disso, oportunizaria nossos encontros para colocarmos a conversa em dia, o que acaba rendendo muitas risadas, por isso o nome. Além disso, nos tornamos conhecedoras das cafeterias da cidade e com certeza tambem ótimas críticas literárias e gourmet. Um grande beijo para vc que nos acessou, vamos tentar sempre deixar esse espaço atualizado.Valkiria

Boletim Semanal - Vale à Pena Ler


"NÃO SOMOS ANIMAIS! OU SOMOS?"

25/07/2010
Marcelo Gomes
á muito venho dizendo que os seres humanos, diferentemente dos animais, não devem agir por instinto, mas, sobretudo, por princípios e convicções. Sei que não é o que a maioria das pessoas deseja ouvir, sobretudo nos dias de hoje. Slogans do tipo “siga seus instintos” fazem mais sucesso e encontram número cada vez maior de adeptos. É a pós-modernidade.
nstintos são inclinações comportamentais inatas, ligadas a questões vitais e de sobrevivência (acasalamento e procriação, autodefesa, alimentação, etc.), às quais o organismo recompensa com sensações de satisfação e prazer. Não nego sua presença e importância na constituição humana, mas defendo que nos tornamos distintos dos demais animais à medida que os submetemos aos valores que adquirimos e preservamos ao longo de nossa história. Comportamentos unicamente instintivos são animalescos, degradantes e indignos de um ser humano criado à imagem e semelhança de Deus.
o entanto, o pecado que afasta de Deus é também a força que move a pessoa na direção de sua própria vontade, conforto e bem-estar. Pecado é orgulho e egocentrismo, vaidade e autodeificação. Seu poder consiste na ilusão do prazer permanente e da satisfação dos desejos mais íntimos. Ele reduz a importância dos princípios ou convicções, abrindo novamente as portas para um comportamento instintivo e irracional. Emoções favoráveis tornam-se o centro da vida.
 resultado dessa equação, porém, é desastroso. Os mesmos instintos que conduzem ao apetite sexual desenfreado, ao vício, à gula e às experiências de prazer sem limites, conduzem ao ódio, à violência, aos homicídios e a toda forma de agressão ao próximo. Instintos trabalham na busca do que o organismo considera essencial, mas também na defesa de sua integridade e primazia, contra as ameaças que o outro, às vezes, representa.
 o que vemos, todos os dias, na televisão e nos jornais: o atleta famoso, conhecido por sua vida promíscua, mata a ex-amante que reivindica recursos financeiros; o advogado bem sucedido, propenso a reações violentas, mata a ex-namorada por não aceitar o rompimento da relação; o garoto de classe-média, acostumado às farras regadas a muita bebida, esfaqueia outro rapaz da mesma idade na saída de uma casa noturna, enciumado por causa da menina; o jovem usuário de drogas, precisando sustentar o vício, matou a avó, com quem morava, enterrando-a no quintal da casa. E a lista é enorme.
s pessoas perguntam: como pode alguém ser capaz de cometer tamanha atrocidade? A resposta me parece óbvia: pessoas que sempre viveram seguindo seus instintos, indiferentes aos padrões de Deus para a vida e os relacionamentos, serão impedidos por estes no momento crítico, quando aqueles exigem a violência, a agressão e o crime, em nome da autodefesa e da manutenção dos espaços de prazer? Certamente não. O organismo já está habituado; responde sempre positivamente aos apelos instintivos. A consciência já está cauterizada; tornou-se incapaz de julgar e reprimir instintos nocivos. Não passa de uma estrutura animal e sem percepção ética.
 Palavra denuncia a vida instintiva como idolátrica e adverte: o “deus” dessas pessoas é o ventre. Propõe, como caminho de vitória, a renúncia ao “eu” e a apresentação do corpo como sacrifício vivo, santo e agradável. Insiste que o Reino de Deus não é comida ou bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo, que é nossa garantia de um prazer que não passa e de uma satisfação que não tem fim. Se não nos rendermos a Cristo e a seu exemplo de triunfo sobre os instintos mais básicos (afinal, deu sua vida por nós), seguiremos como animais que usam roupas elaboradas, comem em mesas bem postas e fazem suas necessidades em aparelhos de cerâmica, mas cujas escolhas fazem da vida uma verdadeira selva. Nada mais que isso.